Meu ódio
É um pedaço de carne sangrenta
Esborrachado por um punho.
Uma garganta amarrada por uma corda grossa;
De cor murcha, salgada, espigada;
Castigada pelo mar.
É um rude rochedo;
Enorme, gélido, sem perdão;
A pressionar o peito contra o chão.
São meus dedos ratados,
Minhas unhas soltas
E muitas outras feridas.
É o cinza a corroer-me como ferrugem.
É o odiar quem odeia
E assim lhe somo mais ódio.
É o espelho!
E parto!
É o silêncio!
E grito!
É o meu peito!
E furo!...
….
Epilogo
…
As mãos a segurar a caneta que atravessara o coração,
O olhar surpreso, a imobilidade, a calma…
Removo a estranha adaga;
Os braços a abrirem-se com a suavidade de uma ave majestosa;
E mesmo do lado esquerdo, sobre a fenda…
-Uma flor?!
A vida então retorna.
António Morgado
É um pedaço de carne sangrenta
Esborrachado por um punho.
Uma garganta amarrada por uma corda grossa;
De cor murcha, salgada, espigada;
Castigada pelo mar.
É um rude rochedo;
Enorme, gélido, sem perdão;
A pressionar o peito contra o chão.
São meus dedos ratados,
Minhas unhas soltas
E muitas outras feridas.
É o cinza a corroer-me como ferrugem.
É o odiar quem odeia
E assim lhe somo mais ódio.
É o espelho!
E parto!
É o silêncio!
E grito!
É o meu peito!
E furo!...
….
Epilogo
…
As mãos a segurar a caneta que atravessara o coração,
O olhar surpreso, a imobilidade, a calma…
Removo a estranha adaga;
Os braços a abrirem-se com a suavidade de uma ave majestosa;
E mesmo do lado esquerdo, sobre a fenda…
-Uma flor?!
A vida então retorna.
António Morgado
1 Comments:
retorna.
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